Temos vivido tempos difíceis, perdemos irmãos
anchietenses, desta vez o senhor Jocelém Gonçalves de Jesus, tive a oportunidade
de ter várias conversas com ele. Homem de experiência, preparado pela vida e na
vida pública ajudou muita gente e fez História em Anchieta. Renovo meu abraço
ao vereador Serginho e meus sentimentos a família.
Iniciei esta coluna com esta nota de pesar, escrita
com emoção, um sentimento que um dia estamos aqui, no outro poderemos ter um
compromisso inevitável e o que deixaremos? Amigos? Ensinamentos? Críticos?
Obras? O que deixaremos?
Então vejamos: vivemos um momento difícil em
Anchieta. Ouço dizer em cortes nos transportes de universitários, redução no
ticket de alimentação dos servidores públicos do município, são tantas
informações... e outras “desinformações” também.
O clima de guerra política é criado por alguns, eu
prefiro “pontes do que muros”. A sociedade tem o controle social em suas mãos,
sabem porquê? Muito difícil o político ir contra o povo que se mobiliza, se
expressa (com respeito), pois política e ansiedades devem ser resolvidas no
nível do respeito e da empatia, sou contra baixarias, acusações, armações. Sou
a favor do debate com respeito, da participação popular nas decisões públicas.
É uma irresponsabilidade com a população, sobre tudo com a mais pobre, que uns
e outros que podem muito contribuir na solução gaste tamanha energia com uma
guerra sem sentido.
A sociedade deve se mobilizar, se articular, este é o
ponto. Temos queda de receita no Município, há de acontecer mudanças? Quais são
as que causarão menos impactos? Creio que a classe universitária sempre foi
firme em não retornar os passos dados, já presenciei mobilizações, os
universitários são unidos, creio que o transporte gratuito para eles entra na
questão de muitos continuarem ou não a graduação, creio deverá encontrar outro
caminho (este é o meu pensamento).
Como descrevi sobre os procedimentos da apreensão dos
animais de grande porte, que por sinal funcionou absolvido agora por nossa
valorosa Guarda Civil Municipal e vários outros setores envolvidos, embora eu
não tenha o “poder da caneta” e nem quero ter, porém o exercício da cidadania
me remete a dar sempre minha modesta contribuição.
No mesmo passo é muito complicado retirar benefícios
de qualquer trabalhador, seja ele, público ou da iniciativa privada.
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Wander Loureiro Bertaso Autor da coluna O que Rola em Anchieta |
Este é o dilema: se as receitas estão reduzindo e
reduzirão mais, de onde tirar? Como fazer esta conta? Aliais, como fechar esta
conta?... Sozinho ou um grupo apenas não teremos a resposta, mas com certeza o
povo sabe responder, lógico que a resposta ou as respostas não agradarão a
todos, todavia, é necessário agradar a maioria (e não um grupo), esta é a
equação... Quem tem mandato tem que ter o ouvido para ouvir o povo.
Uma das coisas que observava no saudoso Celém, ele
falava, mas sabia ouvir, vivi isso com ele e sempre nos entendemos com respeito
e amizade.
Ouvir o povo, mas é o povo mesmo..., dividir a
responsabilidade da decisão com o povo, pois o povo tem carência de ser ouvido,
este é o caminho.
Temos que procurar uma saída e a coragem,
entendimento e grandeza para enfrentar problemas tão graves, fazendo parte da
solução teremos mais empatia uns com os outros, guerras e enfrentamentos vão
contra o básico da política que é sempre somar e multiplicar, outrossim, a
democracia deve neste momento elevar o nível das discussões em busca de um
melhor resultado, pois este resultado é o bem-estar de
todos, principalmente dos mais carentes.
Finalizando
deixo uma citação de John Kennedy:
“ O laço
essencial que nos une é que todos habitamos este pequeno planeta. Todos
respiramos o mesmo ar. Todos nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos. E
todos somos mortais”.
Wander Loureiro
Bertaso
Administrador