Por causa da crise financeira enfrentada pela Prefeitura de Anchieta, os 6.322 alunos da rede municipal passaram a fazer lanches na hora do almoço. No lugar da sopa de macarrão e do suflê de legumes, eles estão recebendo pipoca e bolo com suco. A mudança ocorreu este mês e não há previsão de normalização.
O pai de uma estudante de 7 anos, que preferiu não ser identificado, conta que fica preocupado, já que as crianças passaram a fazer lanche na hora do almoço. “Almoço sem arroz, feijão e legumes passa a ser um lanche. A qualidade do almoço caiu e doce não pode substituir a principal alimentação de crianças e adolescentes”.
Um outro pai, um pedreiro de 37 anos, que também preferiu não ser identificado, revela que o filho de
9 anos está reclamando. “Ele diz que quando é pipoca ou bolo com suco, a barriga fica doendo de tanta fome. Fico preocupado com isso, porque não podemos levar merenda para ele”, disse.
O vereador Beto Caliman (DEM) foi quem levou a reclamação até a Secretaria de Educação. Segundo o parlamentar, a cada 10 moradores, nove estão desempregados, e, na maioria das casas desses estudantes, a principal refeição é o almoço da escola.
“Estamos atravessando uma situação financeira muito complicada no município, onde grande parte da população está desempregada. Apresentamos a situação à secretária de Educação”, disse.
Além de cortar gastos com a alimentação, o município decidiu também fechar uma das 42 escolas de Anchieta. A escola Pé do Morro, no interior da cidade, tinha apenas sete alunos e era atendida por quatro funcionários.
O prefeito de Anchieta, Fabrício Petri, decidiu encerrar as atividades no local e transferir os alunos para uma escola próxima para cortar custos.
“As crianças da escola Pé do Morro vão estudar por um período de dois anos em uma escola vizinha, a 3,5 km, na comunidade de Simpatia. Naquela escola nós tínhamos sete alunos e quatro funcionários, então era difícil manter diante dessa crise”, explicou.
Por: Roberta Bourguignon / A Tribuna